Quando sinto que o mundo está ao contrário, escondo-me em ti. Sempre tiveste essa generosidade. E quando de ti me fazes de novo emergir, faço-o com renovado desejo de enfrentar a minha própria vida. Aí, tudo é luz e sabes o que isso quer dizer...
Há uma estrada de assombro onde a noite teima em se deitar comigo. E ficamos assim, olhando-nos desconfiadas entre palavras de prata e silêncios de ouro. Um dia ganho coragem, aconchego-me ao tronco das árvores, ouço o canto enfeitiçado dos faunos e aguardo por ti. Deixamos que o sol se despeça do dia e de mansinho estenda sobre nós leves lençóis de brumas. E quando o reino já não for deste mundo, seremos o que quisermos, porque nos sonhos somos nós quem manda.
Quanto mais eu leio, mais aprendo a fazer silêncio, mais entendo sobre tolerância, as coisas quase invisíveis. Quanto mais eu leio, mais bonito o mundo fica, mais as imperfeições me observam, me ensinam. Quanto mais eu leio, mais os meus olhos vêem, mais os mundos tangíveis e intangíveis pousam nas minhas mãos.